O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) irá disponibilizar uma série de cursos de capacitação para as equipes do Poder Judiciário sobre utilização de dados e informações das soluções tecnológicas implantadas. A formação, que terá início em fevereiro do próximo ano, ocorre no âmbito do Programa Justiça 4.0 e, além do aperfeiçoamento profissional, vai apoiar o desenvolvimento de estudos, novas metodologias e criação de mecanismos e instrumentos que contribuam para o aperfeiçoamento da prestação jurisdicional.
Viabilizado por meio de um acordo de cooperação envolvendo CNJ, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), o programa de formação ocorrerá na modalidade de Ensino a Distância (EaD). Os cursos oferecidos incluem Fundamentos de estatística para ciência de dados, Excel para análise de dados, R para análise de dados, Python para análise de dados, Dashboards com o Power BI, Dashboards e relatórios dinâmicos com o R, Aprendizado de máquina (machine learning) e Mineração de texto.
As inscrições que serão abertas em dezembro se referem inicialmente aos cursos que começarão em fevereiro, que compreendem os módulos de: fundamentos de estatística para ciência de dados, Excel para ciência de dados, R para análise de dados e Python para análise de dados.
O programa de formação foi concebido para geração de processos e produtos que proporcionem inovações tecnológicas visando a eficiência e efetividade da justiça. De acordo com a diretora do Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ, Gabriela Azevedo, o objetivo consiste em expandir o uso de dados e difundir o conhecimento técnico necessário para análise, estimulando a produção de estudos e diagnósticos locais, além de capacitar as equipes do Judiciário em ferramentas que os auxiliem no processo de verificação, saneamento e produção de informação a partir de bancos de dados.
Segundo Ana Lúcia Aguiar, juíza coordenadora do Departamento do CNJ, o curso também irá fortalecer a gestão da informação, contribuindo para formulação de políticas judiciárias baseadas em evidências e gestão por resultados. Ela explica que, juntamente com a economicidade proporcionada pela modalidade EaD, a iniciativa contribuirá para ampliar conhecimentos em termos de gestão da informação para o uso e manuseio de dados, acesso à informação, capacitação e fortalecimento da governança. “O aprimoramento da gestão de dados do Poder Judiciário é fundamental, pois tais informações são essenciais, tanto para a formulação de políticas judiciais, quanto para a própria gestão do Poder Judiciário.”
As vagas são limitadas e posteriormente todos os cursos estarão disponíveis no formato autoinstrucional.
Justiça 4.0
Implementado em parceria com os tribunais, o Programa Justiça 4.0 é um dos eixos estratégicos da gestão do presidente do CNJ, ministro Luiz Fux. A iniciativa disponibiliza instrumentos para prestação de serviços de Justiça de forma digital, com elevação da eficiência e redução de custos para proporcionar acesso à Justiça para toda população e responder às demandas de maneira ágil e efetiva. São projetos baseados no uso de novas tecnologias, inteligência artificial e desenvolvimento colaborativo de programas e produtos.
O Justiça 4.0 é composto por ações como o Juízo 100% Digital, o Balcão Virtual, a Plataforma Digital do Poder Judiciário, a Base de Dados Processuais do Poder Judiciário (DataJud) e a implantação do sistema Codex, que tem por objetivo receber documentos processuais e transformar, em texto puro, decisões e petições que possam subsidiar aplicações de modelos de IA.
Jeferson Melo
Agência CNJ de Notícias