Adequações das Escolas Estaduais da Magistratura são debatidas no segundo dia do LI Encontro do Colégio Permanente de Diretores de Escolas Estaduais da Magistratura (COPEDEM)
O intercâmbio de conhecimentos e as inovações tecnológicas no processo de formação dos magistrados brasileiros foram os temas abordados no segundo dia de trabalhos do LI Encontro do Colégio Permanente de Diretores de Escolas Estaduais da Magistratura (COPEDEM), promovidos pela primeira vez de maneira virtual. O Evento reuniu, de maneira remota, diretores de escolas da magistratura de todo o País.
Abrindo os trabalhos da manhã, o desembargador Marco Villas Boas, presidente do Copedem, apresentou o professor doutor Luís Eduardo Bovolato, reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), que versou sobre os programas de Pós-Graduação Stricto Sensu, mais especificamente o Programa de Pós-Graduação em Prestação Juridiscional e Direitos Humanos (PPGPJDH) desenvolvido em parceria com a Escola Superior da Magistratura Tocantinense.
Em seguida, o desembargador Caetano Levi, presidente da Escola Nacional da Magistratura (ENM) e membro da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), em sua palestra “Escolas Judiciais e Universidades – Uma Parceria de Sucesso” –, ressaltou o projeto em andamento para compartilhamento de acervos bibliográficos (virtuais e físicos). “Estamos implementando convênios para compartilhamento de bibliotecas virtuais ou físicas de qualquer parte, para que possamos contatar, sem grandes deslocamentos, obras, num acesso eficiente e rápido, como livros virtuais, revistas científicas e acervo físico”, afirmou. Ainda em sua fala, o magistrado ressaltou a parceria com a agência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) na formatação de cursos para que magistrados e operadores do Direito obtenham conhecimentos sobre questões agrárias e fundiárias no contexto brasileiro e no da América Latina.
Já o professor doutor Jordi Ferrer Beltrán, da Universidade de Girona, na Espanha, apresentou o programa de mestrado daquela universidade, apontando benefícios a magistrados que busquem aprimoramento educacional no exterior.
Finalizando a programação de explanações, a professora doutora Valdirene Cássia da Silva, coordenadora do Núcleo de Educação à Distância da Esmat, apresentou a oficina “Aprimoramento das Metodologias de Ensino à Distância no Cotidiano das Escolas Judiciais, em Tempos de Pandemia”, e a realidade da Escola da Magistratura Tocantinense na difusão do conhecimento durante as restrições sanitárias decorrentes da pandemia.
Desenvolvendo atividades de transmissão de cursos na modalidade EaD, a professora doutora apresentou todo o processo de seleção de professores, utilização de recursos tecnológicos, mídia e material de pesquisa oferecidos pela Escola, o qual já vinha sendo realizado muito antes de a comunidade acadêmica ter se surpreendido com o isolamento social imposto pela pandemia, com a disponibilização de material didático interativo e inerente ao processo educacional implementado pela Escola. “Nosso material didático dialoga imediatamente, ele trabalha numa perspectiva de interatividade. Tudo o que está sendo exposto na videoaula, está no material didático daquele curso. O nosso material foi construído dentro dessa perspectiva, ligado na concepção de educação à distância idealizada pela Esmat, de maneira interativa e atual no processo de educação”, afirmou. Pedindo a palavra, o desembargador Carlos Augusto Tork de Oliveira, diretor geral da Escola Judicial do Amapá, demonstrou interesse em implementar a experiência de ensino à distância desenvolvida pela Esmat em seu estado. “Não temos a experiência e o estudo na transmissão via EaD mas vamos naturalmente aprender a usar esse material. Foi absolutamente pertinente ouvir a professora doutora Valdirene Cássia. Sua construção científica e pedagógica é fantástica e uma excelente ideia para socializar. Se pudermos compartilhar, para nós será de grande valia”, afirmou.
Finalizando a programação, o desembargador Marco Villas Boas, presidente do Copedem, lembrou sobre as adequações necessárias do judiciário ante a pandemia da Covid-19. Essa pandemia trouxe uma realidade que impactou as nossas vidas e projetou um novo judiciário para o século XXI. As salas virtuais de sessões serão permanentes, pois economizam tempo e dinheiro. É algo que veio para melhorar e democratizar a participação de todos. Não há outro caminho a seguir. “De agora em diante, temos de nos preparar para isso, sob o risco de que fiquemos condenados a parar no tempo”, afirmou. Em seguida, o presidente do Copedem leu a “Carta de Palmas” referente à 51ª Edição do Encontro do Colégio Permanente de Diretores de Escolas Estaduais da Magistratura, conclamando os presentes para a próxima edição, a ser realizada em Teresina-PI, tão logo as restrições sanitárias impostas pela pandemia sejam flexibilizadas para encontros presenciais.