O último dia (9/8) da programação do Seminário “Perspectivas Contemporâneas da Inteligência Artificial no Sistema Judicial, no Direito e nos Negócios”, realizado em Nova Iorque (EUA), foi marcado por debates e apresentações focadas nas potencialidades e desafios que a Inteligência Artificial (IA) e outras tecnologias emergentes trazem para o Judiciário. Organizado pela Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat) em parceria com o Colégio Permanente dos Diretores das Escolas Estaduais da Magistratura (Copedem) e com o Google Cloud, o evento reuniu especialistas e líderes do setor público e privado para discutir o impacto dessas inovações no sistema de justiça.
A programação começou com as palavras de boas-vindas de Milton Burgese, vice-presidente do Setor Público da América Latina no Google Cloud, seguido pelo Ministro Benedito Gonçalves, presidente da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, que reforçou a importância da tecnologia na formação contínua dos magistrados brasileiros.
Na primeira palestra do dia, intitulada “Prompt Engineering: Como a IA Generativa pode contribuir com a formação de magistrados”, João Thiago Poço e Fabrício Sanchez, ambos do Google Cloud, destacaram o papel das tecnologias de IA na criação de ferramentas educacionais que podem aprimorar o processo de formação de magistrados, tornando-o mais interativo e eficiente.
O debate sobre segurança cibernética também teve destaque no painel “Threat Intelligence and Cybersecurity: Building a resilient defense”. Moderado por Luiz Felipe Gasparini, especialista em segurança do Google Cloud, o painel contou com a participação de Jon Ford, Diretor do Mandiant Public Sector, e MK Palmore, Diretor do Office of the CISO no Google Cloud. Eles discutiram a importância de construir defesas cibernéticas robustas para proteger as instituições judiciais de ameaças cada vez mais sofisticadas.
No painel “AI Regulation and Policy Framework to Accelerate Digital Transformation”, Michael Mohallem, consultor de Government Affairs & Public Policies do Google Cloud, discutiu as políticas de regulação da IA e como elas podem impulsionar a transformação digital no setor público. Durante o painel seguinte, “Regulação da IA no Contexto Jurídico e Empresarial”, moderado por Mohallem, o desembargador Marco Villas Boas, presidente do Copedem, observou a importância das discussões acerca da implementação da IA no Poder Judiciário.
“Nossos debates têm se direcionado para o aproveitamento máximo de todas as ferramentas disponíveis, incluindo as potencialidades das análises preditivas. Também precisamos considerar como tudo isso será construído, pois a perspectiva de que isso aconteça de forma isolada pode apresentar riscos para a sociedade e para o sistema de justiça, especialmente em relação a vieses. O que não queremos é uma Inteligência Artificial autoritária, que limite liberdades ou fira a dignidade humana", lembrou.
O evento foi encerrado com uma reflexão final de Milton Burgese, que agradeceu a presença e a contribuição de todos os participantes, destacando a importância da colaboração contínua entre o setor público e privado para enfrentar os desafios do futuro.