O Diretor-geral da Escola Nacional Superior do Instituto dos Magistrados do Brasil-IMB (Ensim), Desembargador Nagib Slaibi Filho, foi homenageado nesta terça-feira, dia 23, com a Medalha do Mérito Acadêmico “Desembargador Antonio Rulli Junior”, outorgada pelo Colégio Permanente de Diretores de Escolas Estaduais da Magistratura (Copedem). Na oportunidade, o Diretor Artístico do Instituto dos Magistrados do Brasil-IMB, Juiz Marcelo Piragibe, também foi condecorado com a Medalha Desembargador Mário Augusto Albiani Alves pelo Diretor Geral da Escola da Magistratura da Bahia (Emab), Desembargador Rosalvo Augusto Vieira da Silva. As homenagens aconteceram durante a solenidade de abertura do LIII Encontro do Copedem, na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj).

Compuseram a mesa principal: o Presidente do Copedem e Diretor-geral da Escola Superior da Magistratura Tocantinense-Esmat, Desembargador Marco Villas Boas, a Vice-presidente/Diretora Acadêmica de Cursos e Convênios Internacionais do Copedem e Diretora-geral da Emerj, Desembargadora Cristina Tereza Gaulia, o Presidente da Escola Nacional da Magistratura, Desembargador Caetano Levi Lopes, e o Desembargador Nagib Slaibi Filho.
Os Desembargadores Marco Villas Boas, Cristina Tereza Gaulia e Caetano Levi Lopes também foram agraciados com a Medalha Desembargador Mário Augusto Albiani Alves da Emab.

O Desembargador Villas Boas abriu o encontro destacando a honra de receber o Desembargador Nagib no evento, “uma referência para todos nós”. O Magistrado afirmou estar emocionado com o retorno às atividades presenciais do Copedem e que o tema foi escolhido para o encontro para que “pudéssemos refletir sobre tudo o que passamos durante a pandemia e o impacto mundial, que deixou cicatrizes profundas e que ainda estão abertas”. Ele sugeriu ainda que, com o aumento das atividades virtuais, deve-se pensar sobre o desenvolvimento das instituições e seus reflexos no Judiciário, agora diante da jurisdição cibernética, discutindo com as administrações dos tribunais o futuro de aperfeiçoamento da Justiça brasileira.

A Desembargadora Cristina Gaulia, comentou que na sua gestão imprimiu um tom de informalidade, onde as decisões são discutidas junto ao Conselho Consultivo da Emerj, o que gera “maior capacidade de nos relacionar e o processo de aprendizado se torna mais fácil”. Ela apresentou como pautas inovadoras da Escola fluminense os Núcleos de Pesquisa Científica, que levam temas específicos para a administração do Tribunal e o incentivo às atividades culturais, como os projetos de teatro (leituras dramatizadas pelos Magistrados), cinema e música (“Música an Sacada”). Segundo a Magistrada, o aperfeiçoamento da Magistratura se deve às escolas estaduais da Magistratura e o Copedem veio fomentar a troca de experiências entre as escolas.

O Desembargador Caetano Levi disse que “estamos vivendo uma era de transformações muito rápidas, mas não podemos perder o aspecto humano ao prepararmos os novos Magistrados. Ele deu como exemplo de sucesso o novo método de recuperação penal, a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) nos estados, que mantém convênios para cursos profissionalizantes dos apenados. Ele contou sobre um caso de recuperação em São João del Rey (MG), onde um estelionatário com várias condenações cursou o ensino fundamental completo durante o cumprimento do regime fechado, continuou a estudar durante o semi-aberto e hoje faz mestrado. “Qual presídio possibilitaria isso?”, indagou o Magistrado. Disse que em Minas Gerais está sendo realizado curso exclusivo para Juízes de Varas Penais sobre APAC. “Devemos conscientizar nossos Juízes para essa nova realidade.” Segundo ele, um condenado cumprindo pena na APAC custa um terço do custo de um no sistema penal comum. Ele disse que há previsão de construção de novas 100 APACs para o próximo ano. “Declaro a nossa esperança: nada acontece que não passe pelo ensino”, finalizou o Desembargador.

Sob o tema “As Escolas Judiciais no Mundo Pós-pandemia”, o LIII Encontro do Copedem teve início nesta terça e segue até amanhã, com palestras sobre: Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), Impacto da Pandemia de SARsCOV2 sobre a Regulação do Ensino Corporativo e sobre os Critérios de Credenciamento de Cursos novos Presenciais e à Distância, Credenciamento das Escolas nos CEE (lato sensu), Planejamento Estratégico nas Escolas, Inovação, ESG e Agenda 20/30 das Nações Unidas, Discussão de Temas relacionados à Gestão das Escolas Judiciais.

No encerramento nesta quarta-feira, haverá a leitura da Carta do Rio de Janeiro, documento final elaborado durante o encontro.